sábado, 25 de junho de 2011

Uma nova semente

Rosa bela do jardim de minha paixão
Flor sublime, ternura de meu coração
Rainha de Grande Honra, deste escravo simplório
Tua atenção peço, e por teu carinho imploro

Suprema líder de sentimentos mórbidos
De um inferior serviçal que implora
O prazer de servir; este espírito sórdido
E de meu ser estar junto ao seu sem demora

Quero provar de teu gênio forte
Quero contigo testar da sorte
Quero a certeza; minh'alma não se engana
Minha Dona, Mestra e Senhora és tu
Que pões meu coração em chama."

domingo, 15 de maio de 2011

O Direito ao Adeus

Todos têm o direito de receber e dar seu adeus
Que significa o ponto final do passado que ocorreu
Negar esse direito é um crime à alma
Que rasga e dilacera o coração meu

Adeus, flor agora murcha de meu jardim
Aquela que, um dia, foi meu grande afeto
Ainda tenho tua semente plantada em mim
Deste-me a chave... e meu coração está aberto

sábado, 9 de abril de 2011

Perdoar

Perdoar é formado de "per"
que, desde a Roma antiga, no Latim,
diziam, quando algo era a favor de alguém

Também é formado de "doar"
que, através de "donare"
é dar, doar, entregar-se

Perdoar tem um sentido duplo,
pois quem perdoa doa-se para alguém
no momento do perdão

E quem pede perdão
acaba doando, em troca,
sua alma... seu coração...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Iniciação

Foi o primeiro estalo de tua chibata em minhas costas que me deu confiança em ti, sublime Lady. Uma confiança que não sentira antes, uma com que Mulher nenhuma me havia presenteado. Tua força fez com que me entregasse a ti. Meu corpo, teu corpo... minha dor, teu prazer, meu prazer.

Junto ao entreguismo de meu físico, veio o de minha alma. Com os gemidos de dor, veio a certeza da subserviência a um ser de espírito elevado. A cada toque, sentia a esperança da jovialidade que carregas contigo. Em teu beijo, encontrei uma cápsula que me levaria ao infinito... escapismo total.

A teus pés, senti algo novo e revitalizante... ao me amarrares, era a ti que me sentia preso. Ao me punires, vinha o alívio de que meu destino, finalmente, estava sendo cumprido. Em teus olhos, o carisma, a alegria e o poder de uma Mulher especial, que parece também fugir da mesmice deste mundo cretino e desta sociedade podre.

MagníficaRainha , tiraste de mim muitos medos e frustações. Fizeste teu papel de Dama Suprema; eu, de pobre vassalo. Não há descrição que possa contar como é servir-te e estar sob teu poder, pois o entendimento humano é ainda muito superficial para entender e aceitar isso.

Apenas o futuro dirá se, um dia, terei a honra de te chamar de "minha única e verdadeira Dona", bem como se terei o prazer de ouvir de teus lábios "este é meu único e verdadeiro escravo". Todavia, creio termos plantado uma singela semente. Se crescerá bem, não sei. Se dará frutos, quem dirá? Como toda e qualquer árvore, é a ação do tempo e das intempéries que fará uma primavera mais feliz.

A Lua

Ao nascer o dia, a luz da Lua vai ficando mais fraca… mas fraca… até que desaparece completamente.

Entretanto, quando o dia vai se extinguindo, ela volta formosa e brilhante, voltando a ser a Rainha da noite… a Dama Suprema do Universo para quem todas as estrelas se ajoelham.

Às nossas vistas, a Lua é o maior dos corpos celestiais… seu brilho guia viajantes, orienta os perdidos… e ela fica lá, imóvel… pois sabe do seu real papel.

Tens o brilho e formosura da Lua… permita que me ajoelhe diante de ti, assim como as estrelas diante dela. Guia-me com teu brilho, assim como ela faz com os viajantes e perdidos.

Seja, pois, a Dama Suprema do meu Universo…

Antítese

A ti, quero me entregar por completo
Ficar a teus pés, indefeso, amarrado às tuas vontades e caprichos
Se necessário, que me punas exemplarmente
Quero a liberdade de te servir... de te amar
A liberdade de crescer sob teus desejos e sadismo
A liberdade de sofrer em tuas mãos, reconhecendo teu poder
A alegria de ser subjugado por um ser superior... sublime
De servir a uma Deusa do alto do Olimpo.

De ti, quero fugir por completo
Correr de medo de tuas vontades e caprichos
Fugirei de teu chicote e de tuas amarras
Quero a liberdade de fugir... mas de te amar
A liberdade de sofrer por tua ausência
A alegria de apenas sonhar com um ser superior... sublime
De servir às minhas próprias vontades e desejos.

Minha Maior Entrega à Minha Dona - O Futuro

- Até logo! - disse ela ao ir embora.

Em minha mente, o estalo do que poderia vir. O futuro com Miss Scorpya seria o que eu sonhava? Seria o que eu imaginava?

Dirigindo para casa, via em mim mesmo uma coleira. Não a física, aquela que toda Rainha impõe a seu submisso, mas a moral, a da alma. A coleira que, se quebrada, machuca mais do que a pior das punições físicas que o corpo pode receber.

O que eu sentia por ela? O que eu esperava de uma relação tão diversa, mas, ao mesmo tempo, tão intensa como essa? O simples "amar" não bastava... junto a ele, a entrega deveria ser total. Com ele, deveria entregar a própria alma àquela com quem, provavelmente, estaria a meu lado por um bom tempo.

"Mas sou um espírito livre!" - pensei. "Será que estou preparado para me jogar numa relação assim? Envolver-me com uma Mulher de vontades e metas tão firmes?

Tremi... a vontade da entrega era a mesma que a da fuga. Fugir? Mas isso não é para os covardes?

Sou livre... mas como estarei daqui a 20-30 anos? Sozinho? Vivo? Por que metem em nossas cabeças que a solidão e ruim? Por que não se pode viver bem, estando sozinho?

Toda relação humana é baseada em interesses, por mais nobres que sejam... se eu ligo, por causa de saudades, a um amigo ou a um parente com quem não tenho contato há tempos, isso o fiz por causa de interesse: naquele momento, eu queria a companhia dessa pessoa.

"Queria voar o mundo... tenho tanta coisa pra fazer!" - indagava a mim mesmo. Ao mesmo tempo, refletia: "Ela tem olhos claros... nossos filhos seriam lindos!"

Eu sou o 8 e o 80... sou a certeza e a dúvida no mesmo ser, no mesmo momento. Sou aquele que precisa de  amparo, sinto-me fraco...

É ela A MULHER que procuro? O que será que se esconde em rosto tão jovial e angelical, mas cujo espírito de dominação tem o poder de colocar o mais forte dos homens de joelhos, implorando por sua atenção e amor? Como se relacionaria sua alma com a minha, um fraco sonhador que espera mil coisas do céu ou da terra? Como seria o futuro?

Se o homem racional é chamado de pessimista, por que o otimista não é chamado de utópico? Não sei realmente o que quero ou espero da vida, ou sou um medroso que tem medo de suas próprias escolhas, e, por isso... simplesmente não as escolhe, recolhendo-se num berço de calmaria e acomodação? Isso é fugir? Isso é fuga dos problemas? Provável.

Ter a certeza de que minhas escolhas não serão totalmente livres... me excita, mas, ao mesmo tempo, me amedronta. Ter a certeza de que deverei sempre me colocar sob a vontade dEla é algo que me conforta, mas me assombra.

Talvez me falte conhecer mais esse "Ela"? Sim, provavelmente. Mas a sintonia naquilo que já aconteceu pareceu-me tão forte... tão especial.

Será que tenho um tesouro ou uma maldição em minhas mãos? Será que devo agarrar com todas as minhas forças, ou deixar passar?

Queria ver essas respostas no fundo de seus olhos, Miss Scorpya. Quer que te chame eternamente de "minha Dona"? E eu? Será que quero isso?

Minha Rainha... imagino-me joelhos. Ao longe, vejo-a sentada com uma linda coleira em suas mãos... ando vagarosamente em sua direção; os joelhos me doem... paro um pouco para descansar e aliviar a dor, mas ouço teu forte chamado e continuo. Rastejo mais... imagino o futuro a teu lado... os problemas e alegrias pelos quais poderemos, juntos, passar. As punições que levarei, as dores a que me submeterei por teus caprichos e prazer.

Mas o caminho é longo... eu avanço mais e mais... a figura da Senhorita, imponente, fica sempre ao fundo, como numa pintura maravilhosa, a qual quero, hipnotizado, ficar admirando.

Rastejo mais, feliz por estar me aproximado de ti... as feridas dos joelhos e punhos já não me preocupam muito, pois a recompensa estará a caminho... ali, no final da estrada, onde te faria a minha maior entrega: minha essência...

Rastejo... rastejo... e deparo-me com uma bifurcação: uma, que levava à seus pés; outra, que me levaria a outros caminhos, outros destinos.

Paro, penso um pouco, e me pergunto: "que caminho tomar?"

Que caminho tomar?

Sem minha Rainha...

Sem minha Rainha
sou como a terra sob a roseira, quando não recebe as gotas de orvalho a amaciá-la pela manhã, .

Sem minha Rainha
sou como um cão errante... sem rumo, sem casa, sem futuro.

Sem minha Rainha
sinto-me inútil como um livro que ninguém mais lê.

Sem minha Rainha
sinto-me como uma árvore solitária em meio ao descampado.

Ó, minha Rainha,
sei que estar sob teus pés não é humilhação, mas privilégio
sei que submeter-me a teus castigos não é penitência, mas aprendizado
sei que satisfazer teus caprichos não é fraqueza, mas prazer
prazer de estar contigo... sob ti... submetido... fazendo tuas vontades
pois teu prazer é meu dever.

A Dona e o servo...


Em mim, tuas amarras, as de tuas vontades
Despido de roupas, bem como de orgulho
Sofrendo por ti, de ti e para ti
Imóvel, indefeso, inconsolável
Chão frio, como o estalar de tua chibata
Submisso a ti... a teu poder, por minha vontade
Vontade louca, doida, 
Vontade de ir a frente e de voltar atrás
Teu objeto... teu
Teu homem... teu
Teu macho... teu
Teu amigo... teu
Teu amante... teu
Teu servo... teu
Teu amado... teu
Teu escravo... todo teu